Estacionei o carro em frente à padaria. Eram 7,00 hs. de uma linda manhã de domingo. Ia descer para comprar o pãozinho frances, talvez uns paezinhos de queijo, para o café matinal com a família. Mas, quem é aquele rapaz, parado em frente ao carro? Parece que espera por mim. Com certeza não é nenhum funcionário da padaria me aguardando para dar as "boas vindas", pelo seus trajes dá prá perceber. É um pedinte, não um mendigo. A diferença? o pedinte é aquêle malandro, que não gosta de trabalhar, dar o duro, obedecer horários, patrões... é na realidade um espertalhão, que aproveita de nossa fraqueza, nosso coração mole, nosso princípio religioso e manda o seu papo: " Aí doutor, cheguei ontem, tô desempregado, minha mulher e 4 filhos estão ali na esquina, sem comerem até agora, dá pro senhor conseguir uns trocados prá eu comprar uns pães e o leite... Deus vai te pagar a caridade" (veja bem: êle pede uns trocados, ou seja, dinheiro, pois o que êle quer mesmo é grana prá beber uma dose, comprar droga, ou seja, o que êle quizer; menos pão e leite. E o mendigo? é um humilde pedidor de esmolas, parado sempre no mesmo local, com as características: pede e agradece em nome de Deus, muitas das vêzes, deficiente físico e usa uma forma sutil de abordagem.
Mas, voltando ao estacionamento da padaria... dei ré no veículo e saí sem comprar o pãozinho. Fui desumano? agi com crueldade? ... Não. Apenas preocupei-me com a sua integridade. Volto amanhã prá continuar ... Bom dia!
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